Dan Stulbach protagoniza grande montagem de O Mercador de Veneza, de William Shakespeare, em São Paulo
A produção teve ingressos esgotados nas temporadas do Rio de Janeiro, Recife e Curitiba. Dan Stulbach interpreta o agiota Shylock, papel que já teve versões de Al Pacino, Laurence Olivier e Pedro Paulo Rangel. Com direção de Daniela Stirbulov, a montagem transporta a história da Itália do século 16 para um cenário contemporâneo.
Explorando questões de preconceito e intolerância e com uma reflexão sobre como as relações humanas e as tensões sociais se transformaram ao longo dos séculos, um dos textos mais icônicos do dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616), O Mercador de Veneza estreia em São Paulo dia 3 de outubro, sexta-feira, às 21h, no Tucarena. A temporada vai até 14 de dezembro, com sessões sempre sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 18h.
O projeto tem o patrocínio da APSEN Farmacêutica e coprodução da Kavaná Produções e Baccan Produções, responsáveis por espetáculos de sucesso, como O Nome do Bebê, Um Inimigo do Povo e A Pane, entre outras. O livro com o texto da peça, em tradução e adaptação de Bruno Cavalcanti, será lançado em outubro pela Ed. Giostri.
A montagem tem direção de Daniela Stirbulov e é protagonizada por Dan Stulbach que dá vida ao marcante agiota Shylock, um papel que já ganhou interpretações de nomes como Al Pacino, Laurence Olivier e Pedro Paulo Rangel. O elenco também conta com Augusto Pompeo (Duque), Amaurih Oliveira (Lorenzo e Príncipe de Marrocos), Cesar Baccan (Antônio), Gabriela Westphal (Pórcia), Júnior Cabral (Graciano), Marcelo Diaz (Lancelotte Gobbo), Marcelo Ullmann (Bassânio), Marisol Marcondes (Jéssica), Rebeca Oliveira (Nerissa), Renato Caldas (Solânio e Tubal) e Thiago Sak (Salarino e Príncipe de Aragão).
A trama acompanha Antônio, um mercador que contrai uma dívida com o agiota judeu Shylock para ajudar seu amigo Bassânio. Como garantia, Antônio afiança uma libra de sua própria carne. O não pagamento da dívida desencadeia um julgamento dramático, colocando em pauta temas como justiça e preconceito.
“Lidar com os desafios shakespearianos é abrir espaço para o risco, para o confronto com o que somos — e com o que podemos ser. E expandir o entendimento sobre a vida: as relações humanas em sua complexidade e contradições. Vilões e heróis se confundem nas máscaras sociais. A obra, atravessada por tensões religiosas e preconceitos, nos confronta sobre intolerância, identidade e justiça — temas tão atuais quanto no tempo em que foi escrita”, reflete Daniela Stirbulov.
O espetáculo transporta a trama da Itália do século XVI para um cenário contemporâneo, onde questões como antissemitismo, preconceito racial e as guerras motivadas pelo capital ganham mais força. Nesta montagem, Shylock é elevado a protagonista, e a história é narrada a partir de seu ponto de vista.
A encenação utiliza uma estrutura acrílica transparente elevada no centro do palco, que serve de tablado para os atores. No alto, um painel circular de LED exibe palavras, frases e imagens ligadas à ação, captadas em tempo real por um operador de câmera. A música é executada ao vivo por uma baterista no palco.
“Estar à frente da direção me possibilitou criar um universo contemporâneo. A história, escrita no contexto do capitalismo emergente do século XVI, foi transportada para os anos 1990 — década marcada pela aceleração da globalização e pelo surgimento de uma nova ordem mundial. Estabelecemos a Bolsa de Valores como espaço central, implantando a atmosfera das negociações financeiras do tempo presente e o dinheiro como motor principal das relações”, explica a diretora.
FICHA TÉCNICA
Texto: William Shakespeare. Direção: Daniela Stirbulov. Tradução, Adaptação e Assistência de Direção: Bruno Cavalcanti.
Elenco / Personagem: Dan Stulbach (Shylock), Augusto Pompeo (Duque), Amaurih Oliveira (Lorenzo e Príncipe de Marrocos), Cesar Baccan (Antônio), Gabriela Westphal (Pórcia), Júnior Cabral (Graciano), Marcelo Diaz (Lancelotte Gobbo), Marcelo Ullmann (Bassânio), Marisol Marcondes (Jéssica), Rebeca Oliveira (Nerissa), Renato Caldas (Solânio e Tubal) e Thiago Sak (Salarino e Príncipe de Aragão). Cenografia: Carmem Guerra. Cenotécnico: Douglas Caldas. Desenho de Luz: Wagner Pinto e Gabriel Greghi. Figurino e Visagismo: Allan Ferc. Assistente de Figurino: Denise Evangelista. Peruqueiros: Dhiego Durso e Raquel Reis. Direção de Movimento: Marisol Marcondes. Aderecista: Rebeca Oliveira. Baterista: Caroline Calê. Consultoria Sobre Shakespeare: Ricardo Cardoso. Vídeo e Imagem: André Voulgaris. Fotos: Ronaldo Gutierrez. Design Gráfico: Rafael Oliveira Branco. Operação de Luz: Jorge Leal.Operação de Som: Eder Sousa. Motorista: Cosme Araujo. Assistente de Produção: Amanda Nolleto.Produção Executiva: Raquel Murano. Direção de Produção: Cesar Baccan e Marcelo Ullmann. Produção:Kavaná Produções e Baccan Produções. Realização: Ministério da Cultura e APSEN. Patrocínio: APSEN. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes.
SERVIÇO
O Mercador de Veneza
TUCARENA – Teatro da PUC-SP (Entrada pela Rua Bartira, s/n, esquina com a Rua Monte Alegre, 1024). Capacidade: 288 lugares. Classificação: 12 anos. Duração: 95 minutos.
Temporada: de 04 de outubro a 14 de dezembro de 2025. sextas e sábados, 21h e domingos, 18h. (obs: não haverá sessão nos dias 17 a 19 de outubro e 7 a 9 de novembro)
Vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/109674 ou na bilheteria do teatro. Bilheteria: de terça a sábado das 14h às 20h e domingos das 14h às 18h.
DANIELA STIRBULOV - diretora
Daniela Stirbulov é diretora teatral, atriz e produtora em São Paulo. Mestre em direção teatral pela University of Essex (Londres); graduada em artes cênicas pela Universidade de São Paulo; e formada pelo Núcleo Experimental de Artes Cênicas do SESI. Faz parte do Young Vic's Directors Network e participou do Grupo de Estudos de Teatro Musical da ECA-USP.
Entre seus principais projetos estão “Tom Jobim”, musical de Nelson Motta e Pedro Brício, diretora residente; “Cabaret” de Joe Masteroff, Fred Ebb e músicas de John Kander, assistente de direção e diretora residente; “Ney Matogrosso - Homem com H”, de Marilia Toledo e Emilio Boechat, codiretora e diretora residente; “Silvio Santos vem aí, uma comédia musical”, de Marilia Toledo e Emílio Boechat com músicas de Marco França, codiretora e diretora residente; “Nu de Botas, das linhas às luzes”, baseado no livro de Antônio Prata, diretora; “João e Maria, o musical”, de Daniela Stirbulov e Emilio Boechat, com músicas e letras de Fred Silveira e Willian Sancar, diretora e roteirista; “O Mágico di Ó”, de Vitor Rocha e arranjos de Marco França, diretora; “Home Office”, diretora de alguns episódios da série da Amazon Prime; “As Centenárias”, uma livre adaptação do texto de Newton Moreno, diretora e produtora; “Memórias de um Gigolô”, de Miguel Falabella e músicas de Josimar Carneiro, diretora residente; "Menino Maluquinho", o musical em parceria com Ziraldo, diretora; “The Looney Tunes Live”, de Marilia Toledo, assistente de direção e diretora residente; “Cocoricó, o show”, de Marilia Toledo, assistente de direção e diretora residente; “Ópera Dido e Eneas”, de Henry Purcell, assistência em direção para o Teatro da Vertigem.
Em Londres, “Kill Them”, de Otto English, diretora; “Sundowtown, a new musical”, de Adam Wachter, assistente de direção; “Antony & Cleopatra”, de William Shakespeare, assistente de direção. É sócia-fundadora junto com Velson D'Souza do Espaço Co.Lab, lugar de treinamento, prática, colaboração e criação artística, onde coordena o Grupo de Estudos Direção Teatral. Como atriz, trabalhou com diretores renomados como Kléber Montanheiro, Lavínia Pannunzio, Zé Henrique de Paula, Lígia Cortez, Amauri Falseti, Marcelo Galdino, entre outros.
Comentários
Postar um comentário