SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA REALIZA APRESENTAÇÃO GRATUITA EM LENÇÓIS PAULISTA

 

Cena de A Morte do Cisne – Crédito Samira Dantas | Cena de Autorretrato – Crédito Iari Davies | Cena de Yoin – Crédito Iari Davies

No dia 4 de outubro, a Companhia leva seu repertório ao palco do Teatro Municipal Adélia Lorenzetti pela 1ª vez em sua história


São Paulo Companhia de Dança (SPCD) – corpo artístico da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança – realiza apresentação gratuita em Lençóis Paulista. No dia 4 de outubro, às 20h, a Companhia sobe ao palco do Teatro Municipal Adélia Lorenzetti pela 1ª vez em sua trajetória com Yoin, de Jomar MesquitaCada Olhar, de Henrique Rodovalho; Autorretrato, de Leilane Teles; A Morte do Cisne, por Lars Van Cauwenbergh. Os ingressos são gratuitos e deverão ser retirados na bilheteria com 1h de antecedência.

Ao revisitar as referências usadas para criar a obra Mamihlapinatapai - primeira criação de Jomar Mesquita para a São Paulo Companhia de Dança – o coreógrafo se deparou com outra conotação do significado dessa palavra tão instigante, Yoin: aquele momento de reflexão em volta do fogo, após os avós transmitirem suas histórias e conhecimentos para os mais jovens. Ou seja, mais uma vez: a sensação que fica após cessado o estímulo. A trilha sonora metaforiza esse universo, com versões de músicas cujas interpretações originais marcaram o cenário musical brasileiro e o que elas se tornaram após transformadas por novos olhares. O figurino utiliza o upcycling em uma analogia com as novas e melhores versões que podemos criar de nós mesmos a partir dos resíduos das experiências vividas, que guardamos nas nossas cristaleiras interiores. A iluminação simboliza a fogueira de forma contemporânea, em volta da qual os saberes e ancestralidades são transmitidos para nos transformar. Yoin também diz da própria dança que, com sua efemeridade, deixa suas marcas e sensações, após fechadas as cortinas... para o público embalar nos seus relicários.

Já a obra Cada Olhar é uma releitura de ‘Desassossegos’, ambas de Henrique Rodovalho. Esta coreografia trata do olhar de cada uma das sete bailarinas, de como cada uma se sente e se apropria diante deste singular momento de movimentos e música, que foi construído, inicialmente, pelo olhar do coreógrafo. E a partir dessa construção, provocar posteriormente o olhar de cada pessoa, de cada público que vê, para ter as suas escolhas e sobretudo ter as suas legítimas impressões sobre este efêmero e intenso momento, diante dos seus olhos, diante de cada olhar.

Autorretrato é a 2ª criação da coreógrafa e bailarina brasileira Leilane Teles para a São Paulo Companhia de Dança. Uma obra que propõe uma reflexão profunda sobre a identidade brasileira, sobre nossa ancestralidade e as múltiplas influências que nos constituem, tecida a partir das imagens vibrantes do vasto acervo de Cândido Portinari, considerado um dos maiores pintores do Brasil. Dentro desse universo, que contém mais de 5 mil peças, foram escolhidas 8 - gentilmente cedidas por João Candido Portinari, filho do artista -, cujo conjunto revela a essência da proposta coreográfica. A obra começa com o autorretrato do próprio pintor, quase um prefácio visual que antecede a imersão na história e na cultura dos povos originários do Brasil. A trilha sonora foi escolhida com o intuito de dialogar profundamente com a narrativa visual e coreográfica. O figurino desempenha um papel crucial e não busca uma reprodução literal das vestimentas indígenas, mas sim uma interpretação que evoca a essência dessa cultura. De forma discreta, ele revela a pele, enquanto formas geométricas fazem alusão às pinturas de Portinari, adicionando camadas de significado à narrativa. Os objetos cênicos também são carregados de simbolismo, trazendo acessórios como brincos, colares e adornos de panturrilha, inspirados nas manifestações culturais do povo Carajás, retratado pelo pintor. A criação de "Autorretrato" foi enriquecida pela consultoria para assuntos indígenas de Cristiane Takuá e Carlos Papá, dois especialistas, cuja participação foi essencial para garantir que as representações culturais fossem tratadas com o respeito e a autenticidade que merecem, além de adicionarem profundidade e sensibilidade únicas à coreografia.

Por fim, a Morte do Cisne é um balé criado em 1907 por Fokine para Anna Pavlova. Um solo emocionante, que dialoga com as sonoridades da harpa e do violoncelo, inspirado no poema de Alfred Tennyson (1809-1892) e nos movimentos dos cisnes em seus últimos instantes de vida. Esse solo é interpretado por grandes estrelas da dança e ganha novos acentos e dinâmicas no corpo das bailarinas da SPCD nesta versão de Lars Van Cauwenbergh.

“Para nós é uma alegria finalmente levarmos nossa arte até o público de Lençóis Paulista em uma noite gratuita, da qual todos podem participar. Temos o objetivo de sempre levar a dança para todo o Estado de São Paulo e no dia 4 de outubro realizamos mais uma etapa nesta missão”, nos conta Inês Bogéa.


A apresentação da São Paulo Companhia de Dança em Lençóis Paulistas é realizada pelo Ministério da Cultura e o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e São Paulo Companhia de Dança via Lei de Incentivo à Cultura Lei Rouanet, Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução. Patrocínio Itaú e Grupo Comolatti.

Serviço:

SPCD em Lençóis Paulista

Data: 4 de outubro

Horário: 20h

Local: Teatro Municipal Adélia Lorenzetti - R. Cel. Álvaro Martins, 790 - Centro

Ingressos: Gratuitos, retirados na bilheteria 1h antes

 

Fichas Técnicas:


Yoin (2024)

Coreografia: Jomar Mesquita

Assistente de coreografia: Rúbia Frutuoso

Músicas: Poema Saudades, de Arnaldo Antunes; Assum Preto, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira (intérprete: Jorge Du Peixe); Fim de Festa, de Itamar Assumpção (intérpretes: Naná Vasconcelos e Itamar Assumpção); Carinhoso, de João de Barro e Pixinguinha (intérprete: Elza Soares); Como 2 e 2, de Caetano Veloso (intérpretes: Arnaldo Antunes e Vitor Araújo); Samba da Benção, de Baden Powell e Vinícius de Moraes (intérprete: Maria Bethânia); Avisa, de Tato (intérprete: Cida Moreira); Juízo Final, de Elcio Soares; Nelson Cavaquinho (intérprete: Arnaldo Antunes); Manhã de Carnaval, de Luís Bonfa e Antônio Maria (intérpretes: Jean Pascal Quiles, Louis Quiles e Nelly Decamp); vozes dos bailarinos do elenco.

Figurino: Agustina Comas

Iluminação: André Boll

Fotoshttps://drive.google.com/drive/folders/1AipY1P-nZ6KE3gIT50ohdoIyUaA1zp1v?usp=drive_link


Cada Olhar (2024)

Coreografia e Iluminação: Henrique Rodovalho

Música: Obatalá, escrita por Kiko Dinucciinterpretação e produção de Metá Metá 

Figurino: Fábio Namatame

Elenco: 7 bailarinas


Autorretrato (2024)

Coreografia: Leilane Teles

Músicas: “Grupo krahó”, de Indios Krahó, interpretada por Marlui Miranda; “Pasha Dume Pae”, de Amazon Ensemble; “Canto da liberdade”, de Akaiê Sramana, interpretada por Akaiê Sramana; Tchori Tchori feat. Uakti, de Marlui Miranda e Índios Jaboti de Rondônia, interpretada por Marlui Miranda, Rodolfo Stroeter, Uakti; “Mae Inini (The Power of the Earth)”, de Amazon Ensemble; “Tamburim”, de Josy.Anne; “Kworo Kango”, de Canto Kaiapó, interpretada por Berimbaobab Brasil.   

Produção Musical: Fernando Leite

Iluminação: Gabriele Souza

Figurino: André von Schimonsky

Assistente de Figurino: Wellington Araújo

Aderecista: Satie Inafuku

Consultores para Assuntos Indígenas: Cristiane Takuá e Carlos Papá Mirim Poty

Fotos: https://drive.google.com/drive/folders/1ortSQwB-15HPy6_uOytdntw8tGBVMUPg?usp=sharing 

A Morte do Cisne (2019)

Coreografia: Lars Van Cauwenbergh, inspirado na obra de Michel Fokine (1880-1942)

Música: O Cisne, extrato do Carnaval dos Animais (1866), de Camile Saint_Saens (1835-1921)

Iluminação: Wagner Freire

Figurino: Marilda Fontes

Duração: 3 minutos

Fotos: https://drive.google.com/drive/folders/1sDjKsYzIzqiXXrOPGVt0SxYk9Vhqmmks?usp=drive_link    

SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA

Criada em janeiro de 2008, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD) é um corpo artístico da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa, doutora em Artes, bailarina, documentarista e escritora. A São Paulo é uma Companhia de repertório, ou seja, realiza montagens de excelência artística, que incluem trabalhos dos séculos XIX, XX e XXI de grandes peças clássicas e modernas a obras contemporâneas, especialmente criadas por coreógrafos nacionais e internacionais. A difusão da dança, produção e circulação de espetáculos é o núcleo principal de seu trabalho. A SPCD apresenta espetáculos de dança no Estado de São Paulo, no Brasil e no exterior e é hoje considerada uma das mais importantes companhias de dança da América Latina pela crítica especializada. Desde sua criação, já foi assistida por um público superior a 1 milhão de pessoas em 22 diferentes países, passando por cerca de 180 cidades em mais de 1.250 apresentações e acumulando mais de 50 prêmios e indicações nacionais e internacionais. Por meio do selo #SPCDdigital criado em 2020, já realizou mais de 50 espetáculos virtuais e streamings de apresentações que somam mais de 1 milhão de visualizações. Além da Difusão e Circulação de Espetáculos, a SPCD tem mais duas vertentes de ação: as Atividades Educativas e de Sensibilização de Plateia e Registro e Memória da Dança.

 

DIREÇÃO ARTÍSTICA | Inês Bogéa é uma líder multifacetada na dança e na educação, com vasta experiência na gestão, criação e implementação de projetos culturais, sociais e educacionais de grande impacto. Desde 2008, atua como Diretora Artística da São Paulo Companhia de Dança, criada pelo Governo do Estado de São Paulo, onde já dirigiu mais de 1.300 espetáculos em 19 países e recebeu 38 prêmios e indicações internacionais. É Diretora Artística e Educacional da São Paulo Escola de Dança, criada pelo Governo do Estado de São Paulo, que se destaca pela inclusão social e formação de mais de 1.300 estudantes, sendo 50% oriundos de vulnerabilidade social. Colaboradora regular em veículos como a Revista Concerto é cocriadora da coluna 'Dança em Diálogo'. Na área acadêmica, leciona na USP e na FURB. Foi responsável por iniciativas inovadoras, como o curso Dança para Educadores do Sesc-SP e a Mostra Internacional de Dança de SP, em parceria com o Itaú Cultural. Reconhecida com a Medalha Tarsila do Amaral, foi também nomeada pela Critic's Choice of Dance Europe e condecorada com o título de Chavalière de L'Ordre des Arts et des Lettres pelo Ministério da Cultura Francês.

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