Um Grito Parado No Ar, clássico de Guarnieri, ganha nova montagem do Teatro do Osso e abre a programação teatral de 2025 no Sesc Bom Retiro



 Com direção de Rogério Tarifa, o ato-espetáculo musical celebra os 52 anos da obra de Gianfrancesco Guarnieri


Uma nova versão de Um Grito Parado no Ar, clássico de Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006), estreia no dia 17 de janeiro no Sesc Bom Retiro. Sob a direção de Rogério Tarifa e montagem do grupo Teatro do Osso, a obra revisita a icônica peça que reflete sobre os desafios da criação artística em tempos de censura e repressão. A dramaturgia, atualizada por Jonathan SilvaRogério Tarifa e o Teatro do Osso, dialoga com o contexto contemporâneo, enquanto a encenação preserva o caráter crítico e metateatral que marcou a história do teatro brasileiro. A temporada segue até 16 de fevereiro, com sessões às sextas e sábados, às 19h30, e aos domingos e feriados, às 18h.


Gianfrancesco Guarnieri foi ator, diretor, dramaturgo e poeta italiano naturalizado brasileiro. Figura central do Teatro de Arena de São Paulo, Guarnieri marcou a dramaturgia nacional com textos que abordavam questões sociais e políticas. Entre suas obras mais significativas está Eles Não Usam Black-Tie, reconhecida como um marco do teatro brasileiro.


Escrito em 1973, durante a ditadura militar brasileira, Um Grito Parado no Ar se destacou por expor os desafios de se fazer arte em um contexto de repressão. Na adaptação de Tarifa, a obra preserva sua essência crítica e amplia o diálogo com o presente, conectando as questões sociais da época em que foi escrita, aos desafios culturais contemporâneos.


A narrativa acompanha um grupo de artistas que ensaia uma peça a dez dias de sua estreia. Enquanto pressões externas, como dívidas e restrições financeiras, ameaçam o andamento da produção, a trama reflete a precariedade e a persistência da arte em tempos complexos. Com improvisações baseadas em relatos reais de moradores da cidade, o espetáculo revela as tensões sociais e econômicas que permeiam o cotidiano, reafirmando o teatro como espaço de resistência e transformação. 


O ato-espetáculo musical conta com a participação da atriz convidada Dulce Muniz, que interpreta a personagem Flora. O diretor Rogério Tarifa destaca que Dulce fez parte do Teatro Arena e da história do teatro brasileiro. O grupo costuma trabalhar com depoimentos de pessoas, e Dulce traz um olhar especial por ter vivenciado as duas épocas, 1973 e a atual.


“O espetáculo surgiu da colaboração entre meu trabalho e o Teatro do Osso, a partir de uma pesquisa sobre o Teatro Épico no Brasil, inspirada nas obras de Guarnieri. Realizamos um estudo aprofundado sobre esse período, coletando referências e realizando entrevistas com artistas da época. Fomos ao Rio de Janeiro e conversamos com Othon Bastos e Sonia Loureiro. Assim, a montagem representa um encontro entre a companhia Teatro do Osso e um Grito Parado no Ar, unindo características de 1973 e da atualidade, estabelecendo diálogos entre esses dois momentos”, comenta Tarifa.


A direção musical de William Guedes conta com músicas originais compostas por Jonathan Silva criadas especialmente para o espetáculo, enriquecendo a experiência e a conexão com o público. “Essa abordagem envolve algumas características essenciais, como a dramaturgia coletiva, a música ao vivo e as composições criadas especialmente para o espetáculo. Na nossa montagem, embora o texto tenha origem na dramaturgia de Guarnieri, incorporamos também toda a pesquisa necessária para a construção do espetáculo e desses elementos”, explica Tarifa.


Uma exposição virtual estará em exibição durante toda a temporada. Do Canto ao Grito – Um Estudo sobre o Teatro Épico no Brasil, reúne músicas, vídeos, documentos históricos e materiais desenvolvidos ao longo do processo criativo. A mostra enriquece a experiência do espetáculo ao ampliar debates sobre temas como censura, violência e desigualdade, reafirmando a relevância da obra de Guarnieri no diálogo entre passado e presente da sociedade brasileira. Visite em www.teatrodoosso.com.br


“As pesquisas duraram 6 anos, buscando compreender a prática artística contemporânea em relação à montagem de 1973. Quando ouvimos pela primeira vez o nome Um Grito Parado no Ar, isso nos provocou uma reflexão profunda. Quais gritos estão parados no ar? Seriam gritos negativos ou violentos? O título criado por Guarnieri, é muito preciso e realmente convida à reflexão” reflete Tarifa.


Junto ao elenco atua um coro, formado por oito integrantes, reunidos em cena como personificação da multiplicidade de experiências pessoais, éticas, estéticas e políticas. A proposta é trazer a pluralidade de vozes e experiências para contar o que é fazer teatro em 2025, numa convivência entre atrizes, atores e não atores, diferentes gerações, classes sociais, imigrantes, pessoas cis e pessoas trans.


A obra estreou há 52 anos, em um período de forte repressão política, e tornou-se um símbolo da resistência cultural. A frase “Nós vamos estrear nem que seja na marra!”, dita pelo personagem Fernando, ecoava como um manifesto dos artistas contra a censura. Hoje, o Teatro do Osso traz essa força para os palcos, reafirmando a importância do teatro como ferramenta de questionamento e crítica social.


Debate

Na quarta-feira, dia 12 de fevereiro, às 19h, acontece no teatro do Sesc Bom Retiro o debate Um Grito Parado no Ar de 1973 a 2025, com entrada gratuita. Na ocasião, Sônia Loureiro, atriz da montagem "Um Grito parado no ar" de 1973, se encontra com Renato Borghi, ator que junto a José Celso Martinez Corrêa e Amir Haddad fundou o Teatro Oficina em 1958, e Dulce Muniz, atriz do teatro de arena, para falar da montagem de 73, assim como da versão contemporânea, realizada pelo Teatro do Osso 52 anos após a montagem original. Falam também sobre teatro, representatividade, história e ditadura.


Serviço:

Um Grito Parado No Ar

Direção: Rogério Tarifa

Estreia dia 17/1, sexta, às 19h30. Temporada até 16/2.

De Sexta a domingo. Sextas e sábados, 19h30. Domingos, 18h.

Local: teatro (291 lugares). 14 anos. Duração: 2h30m sem intervalo.

Valores: R$18 (Credencial Plena), R$30 (Meia) e R$60 (Inteira).

Sessões com acessibilidade: Audiodescrição: dia 1/2, sábado, às 20h. Libras: 2/2, domingo, às 18h.

Venda de ingressos disponíveis pelo APP Credencial Sesc SP, no site

sescsp.org.br/bomretiro, ou nas bilheterias. 

Debate: Um Grito parado no Ar de 1973 a 2025

Com Renato Borghi, Dulce Muniz e Sônia Loureiro. 

Mediação Rogerio Tarifa.

Dia 12/2. Quarta-feira, às 19h.

Local: Teatro (291 lugares). Livre. Grátis.

 

ESTACIONAMENTO DO SESC BOM RETIRO - (Vagas Limitadas)

O estacionamento do Sesc oferece espaço para pessoas com necessidades especiais e

bicicletário. A capacidade do estacionamento é limitada. Os valores são cobrados

igualmente para carros e motos. Entrada: Alameda Cleveland, 529.

Valores: R$8 a primeira hora e R$3 por hora adicional (Credencial Plena). R$17 a

primeira hora e R$4 por hora adicional (Outros). Valores para o público de espetáculos: R$ 11 (Credencial Plena). R$ 21 (Outros).

Horários: Terça a sexta: 9h às 20h. Sábado: 10h às 20h. Domingo: 10h às 18h. IMPORTANTE:

Em dias de evento à noite no teatro, o estacionamento funciona até o término da

apresentação.

TRANSPORTE GRATUITO

O Sesc Bom Retiro oferece transporte gratuito circular partindo da Estação da Luz. O

embarque e desembarque ocorre na saída CPTM/José Paulino/Praça da Luz.


Consulte os horários disponíveis de acordo com a programação no link

http://tinyurl.com/3drft9v8

 

Fique atento se for utilizar aplicativos de transporte particular para vir ao Sesc Bom

Retiro! É preciso escrever o endereço completo no destino, Alameda Nothmann, 185,

caso contrário o aplicativo informará outra rota/destino.

 

Sesc Bom Retiro

Alameda Nothmann, 185. CEP 01216-000.

Campos Elíseos, São Paulo – SP. Telefone: (11) 3332-3600

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ASSESSORIA DE IMPRENSA

Flávio Aquistapace

11 3332-3672 | imprensa.bomretiro@sescsp.org.br

 

Assessoria de Imprensa/espetáculo Um Grito Parado No Ar

Adriana Balsanelli

Telefone 11 99245 4138

imprensa@adrianabalsanelli.com.br

 

Ficha técnica do espetáculo:

Direção: Rogério Tarifa. Dramaturgia: Jonathan Silva, Rogério Tarifa e Teatro do Osso. Direção de Atores: Luis André Cherubim e Rogério Tarifa. Texto original: “Um Grito Parado no Ar”, de Gianfrancesco Guarnieri. Elenco: Guilherme Carrasco, Isadora Títto, Maria Loverra, Oswaldo Ribeiro Acalêo e Rubens Consulini. Atriz convidada: Dulce Muniz. Coro: Dan Nonato, Thiego Torres, Ísis Gonçalves, Marcela Reis, Nduduzo Siba, Rommaní Carvalho, Sofia Lemos e Wilma Elena. Direção musical e treinamento vocal: William Guedes. Composições originais: Jonathan Silva. Músicos: Gabriel Moreira, Felipe Chacon e Ju Vieira. Direção de movimento e treinamento: Marilda Alface. Direção de Arte: Rogério Tarifa. Cenário: Diego Dac e Rogério Tarifa. Figurino: Juliana Bertolini. Desenho de som: Duda Gomes. Produção Executiva: Carolina Henriques. Diretor de palco: Diego Dac. Técnico de Palco: Diego Leo. Técnico de Luz: Henrique Andrade. Técnico de som: Duda Gomes. VJ: Lui Cavalcante. Assistente de Produção: Julia Terron. Assistente figurino: VI Silva. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Fotos: Mauricio Bertolin e Cacá Bernardes. Registro em vídeo e teaser: Carolina Romano. Designer gráfico: Fábio Vieira. Ilustração: Elifas Andreato. Realização: Teatro do Osso.Produção: Jessica Rodrigues Produções Artísticas. Direção de Produção: Jessica Rodrigues.

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